A situação caótica da fila de espera por exames em Sorocaba

Cerca de 30 mil pessoas esperando uma ultrassonografia. Nove mil mulheres no aguardo de uma mamografia que pode ser fundamental para a descoberta de um câncer de mama. Esta é a situação do caos presente na fila de espera por exames na rede pública de Sorocaba. Sou procurado rotineiramente por pessoas que estão em situação de desespero diante da total falta de perspectiva. É agoniante saber que um exame é fundamental para a confirmação de um diagnóstico ou mesmo para nortear um tratamento e ver o tempo passando. Os médicos não pedem exames por pedir. Dependendo da demora pelo diagnóstico, uma doença grave que poderia ser tratável, pode chegar ao ponto de tornar-se incurável. Essa lentidão condena pacientes à morte. A estimativa é de que nos últimos quatro anos quase sessenta mil exames deixaram de ser feitos.

Quatro anos também é o tempo que algumas pessoas estão aguardando por um exame. Para ultrassonografia, por exemplo, são quase 30 mil pacientes na espera. Já o raio-x tem uma fila que já beira 20 mil pessoas. As pessoas pedem ajuda pois querem que seu procedimento receba prioridade, mas explico que qualquer intervenção junto ao andamento da fila prejudicaria outras pessoas e caracterizaria a prática de fura-fila. O que precisamos garantir é que a fila ande como um todo, com a Prefeitura fechando convênios que possibilitem acelerar esses diagnósticos. Através de um requerimento estou perguntando à Prefeitura qual a capacidade de realização mensal de cada exame e qual é o tempo médio de espera atual.

Por fim, quero saber quais os critérios para o posicionamento do paciente nesta fila, já que ele é colocado numa posição, mas a própria espera faz com que seu caso piore. Garantir a dignidade e a eficácia do tratamento tem que ser uma missão do poder público e não um favor.

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