Burocracia no processo de regulação obriga pedidos de exames a fazer quatro ‘viagens’

Falta de um sistema informatizado faz com que pedidos de papel passem por várias unidades

Em plena era da internet, onde tudo e todos estão interligados, a aprovação de guias de pedidos de exames em Sorocaba é feita como se fazia há décadas, aumentando a agonia de pessoas doentes que precisam destes diagnósticos para poder receber tratamento apropriado na rede pública de saúde. Segundo apuração feita pela equipe do vereador Péricles Régis, um pedido de exame de alta complexidade ou alto custo que depende de aprovação da central de regulação da cidade passa mais de duas semanas e é transportado de carro ou moto por quatro vezes até retornar para a unidade de saúde de origem.

Depois de receber informações sobre a morosidade envolvendo a aprovação de pedidos de exames complexos, a equipe de Péricles foi até a central de regulação que fica na rua Moreira César e é responsável por aprovar ou negar tanto pedidos de tomografias (exame de alta complexidade) quanto de exames laboratoriais de alto custo. Lá, a apuração verificou que o pedido de exame feito por um médico de Unidade Básica de Saúde, por meio de um formulário de papel conhecido como SADT (Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia), é encaminhado via malote para a Prefeitura, que faz a triagem e o remete através de novo malote para a central de regulagem. O processo está longe de ser ágil, uma vez que as recolhas de malotes são feitas em dias aleatórios. Para se ter uma ideia, no dia da visita à central, foram encontrados pedidos de exames que haviam sido feitos no dia 16 de julho, mas haviam chegado à central somente no dia 29 do mesmo mês, um total de 13 dias desperdiçados até que um médico da regulação avaliasse se o pedido era procedente ou não. “Mas a saga não acaba por aí, porque depois dele ser deferido ou indeferido, a central emite um memorando com a relação de pedidos de exames aprovados e rejeitados e depende que um motorista o busque e o leve novamente por malote para a Prefeitura, que fará a destinação das respostas para cada unidade, num quarto e último malote. Somente com essa resposta afirmativa ou negativa é que a unidade de saúde poderá  vezes já esperaram por meses pela consulta com um especialista”, complementa o vereador.                

Para apurar a questão, Péricles fez um requerimento que será encaminhado para o Executivo na quinta-feira (1/8) para questionar porque o município ainda não faz o envio instantâneo dos pedidos de exames para a central por meio da internet. Segundo o apurado junto a servidores, desde 2017 é indicada à Secretaria de Saúde a necessidade do SIS (Sistema de Informação da Saúde), que é a base operacional de gestão utilizada pelas unidades de saúde do município, possuir como uma das ferramentas o envio digital dos pedidos de exames feitos por médicos. “É impensável que percamos dias e dias e gastemos dinheiro com combustível para transportar um pedido de exame que poderia ser digitalizado e encaminhado em minutos para o seu destino, enxugando processos e reduzindo a espera de quem aguarda por tratamento”, conclui o parlamentar.

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