Desmontada e sem funcionalidade, carreta que transforma óleo de cozinha em biodiesel poderá dar origem a usina estática de reciclagem

Carreta foi inaugurada em 2012 ao custo de quase R$ 300 mil, mas hoje encontra-se desmontada e parcialmente sucateada em dois endereços da Prefeitura

A carreta está numa garagem da Prefeitura e foi totalmente desmontada

Em 2012 o poder público municipal lançou em Sorocaba a Usina de Biodiesel Móvel, um projeto pioneiro que possibilitaria reciclar óleo usado de cozinha e transformá-lo em biodiesel que alimentaria toda a frota de caminhões das cooperativas responsáveis pela coleta seletiva da cidade. A iniciativa tinha ainda cunho pedagógico e percorria instituições de ensino e locais de grande fluxo de munícipes para conscientizar sobre a importância do descarte adequado do óleo usado no ambiente doméstico e estabelecimentos comerciais. Mas o projeto teve um desfecho melancólico: hoje a carreta onde a usina móvel operava esta deteriorada e aguardando leilão e todos os equipamentos usados no processamento do óleo está amontoado em uma garagem da Prefeitura. Agora uma ação envolvendo a Sema (Secretaria de Meio Ambiente) e o vereador Péricles Régis quer que os equipamentos sejam instalados em um galpão fixo e seja tocado por uma organização não governamental focada na geração de renda.

O destino da carreta já havia sido levantado desde que o vereador Péricles Régis a descobriu abandonada num terreno do Alto doa Boa Vista durante as fiscalizações da Comissão da Frota, que investigou o abandono de veículos oficiais que eram esquecidos em pátios espalhados pela cidade e ficavam deteriorando sob a ação do tempo. Nesta semana, acompanhando o secretário de Meio Ambiente, Maurício Mota, o vereador foi até a principal oficina de carros oficiais, instalada numa travessa da avenida São Paulo, onde a carreta que abrigava a usina está guardada. Cheia de ferrugem e com o assoalho cedendo, a estrutura está vazia e integra uma lista de veículos que aguarda leilão. Todos os equipamentos usados na reciclagem, construídos quase que em sua totalidade à base de inox e semelhantes àqueles usados em laboratórios, estão armazenados em um centro de operações da Prefeitura que fica no Alto da Boa Vista. Não é possível saber se todos os equipamentos originais encontram-se lá, pois alguns estão parcialmente cobertos com lonas. A carreta, à época do lançamento, custou pouco menos de R$ 300 mil ao município e tinha a capacidade de produzir 220 litros de biodiesel a cada processo, o suficiente para abastecer os 13 caminhões da reciclagem que à época operantes.

Segundo o apurado, a carreta parou de ser usada porque as universidades que encabeçavam o projeto não deram continuidade à iniciativa e o poder público não buscou novas parcerias. Para tentar recuperar o prejuízo, o vereador Péricles e o secretário de Meio Ambiente querem que os equipamentos sejam instalados em um local fixo e passe a ser tocado pelo Ceadec (Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania), ONG sem fins lucrativos que possui projetos de geração de emprego e renda e na área do meio ambiente, mais especificamente no apoio e fomento à criação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. “Os equipamentos, por serem feitos de material inoxidável, estão em bom estado e não há necessidade deles estarem em uma carreta. Se esta aparelhagem servir como oportunidade de geração de renda, estará tendo boa finalidade. O que não dá é para isso ficar amontoado numa garagem, sob uma lona, sem servir a qualquer fim produtivo”, conclui o vereador.

E equipamentos que estavam dentro da carreta e que são usados na reciclagem do óleo de cozinha estão amontoados em centro operacional do Alto da Boa Vista

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