Obras do sistema BRT serão responsáveis pelo corte de quase 500 árvores, mas concessionária terá de compensar cinco vezes mais

Retirada de árvores de corredores como Itavuvu e Ipanema causaram mobilização e revolta nas redes sociais

O sistema de ônibus rápido BRT está longe de virar realidade, mas a retirada de centenas de árvores das principais vias por onde os ônibus rápidos irão passar revoltou a população e gerou debates, principalmente nas redes sociais, onde internautas ficaram indignados com o fato das árvores não serem transplantadas para outros pontos da cidade. Em resposta a um requerimento do vereador Péricles Régis (MDB), a Secretaria de Meio Ambiente afirma que a retirada das árvores será recompensada pela concessionária que implantará o sistema.

O requerimento de Péricles questionava quantas árvores foram removidas, quais suas espécies e se a Prefeitura firmou algum termo de recuperação ambiental com a concessionária do BRT. “O desafio das cidades é se tornarem cada vez mais arborizadas, o que ajuda, entre outras coisas, a regular a temperatura do município.e a melhorar a qualidade de vida do cidadão”, afirma o vereador. Em resposta a Péricles, a
Secretaria de Meio Ambiente informa que as árvores só foram removidas nos casos em que iriam atrapalhar a implantação dos corredores dos ônibus ou de terminais. No corredor BRT Itavuvu foram retiradas 70 árvores de espécies variadas, em sua maioria exóticas (não originárias no Brasil), e haverá a compensação de 1503 mudas de espécies arbóreas nativas. Ainda segundo a resposta da Secretaria de Meio Ambiente, no corredor Ipanema foram removidas 64 árvores, entre exóticas e nativas, e haverá compensação de 623 mudas nativas. Por fim, no corredor oeste (da avenida São Paulo à Armando Pannunzio) foram cortadas 261 árvores, sendo que quatro estavam mortas, 25 eram eucaliptos e 188 eram leucenas (espécie exótica e invasora, extremamente agressiva e em estudo para erradicação), o que demandará a compensação de 556 mudas nativas. No total, foram removidas 495 árvores e serão plantadas 2682 mudas.

A Secretaria de Meio Ambiente afirma que por se tratar de grande a quantidade de mudas a ser plantadas, será o governo quem definirá os locais dos plantios. Péricles afirma que o resultado desta compensação será acompanhado de perto: “Já tivemos megaplantios onde uma enorme parte das mudas morreu nos meses seguintes, havendo inclusive críticas de biólogos, que informavam que as mudas eram colocadas tão próximas entre si que não poderiam sobreviver retirando os nutrientes do mesmo pedaço de solo. Quando se calcula a quantidade de plantas destinadas a reflorestamento é preciso garantir que estas plantas tornem-se árvores como as que foram arrancadas para o desenvolvimento da cidade”, afirma.

A Secretaria também respondeu Péricles a respeito da falta de tentativa de transplante de parte das árvores. Na resposta oficial a Sema informa que o processo de transplante é muito caro e não garantiria o sucesso do procedimento para todas árvores. O governo explica ainda que o termo firmado com a concessionária responsável pelo sistema BRT tem prazo de dois anos, período no qual todas as mudas terão de ser plantadas na cidade.

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